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domingo, 15 de fevereiro de 2009

A FORÇA E O MEDO!

Os Fortes Aspiram a Separar-se e os Fracos a Unir-se. O crescimento da comunidade frutifica no indivíduo um interesse novo que o aparta da sua pena pessoal, da sua aversão à sua própria pessoa. Todos os doentes aspiram instintivamente a organizar-se em rebanhos, o sacerdote ascético adivinha este instinto e alenta-os onde quer que haja rebanhos, o instinto de fraqueza forma-os, a habilidade do sacerdote organiza-os. Não nos enganemos: os fortes aspiram a separar-se e os fracos a unir-se; se os primeiros se reúnem, é para uma ação agressiva comum, que repugna muito à consciência de cada qual; pelo contrário, os últimos unem-se pelo prazer que acham em unir-se; porque isto satisfaz o seu instinto, assim como irrita o instinto dos fortes. Toda a oligarquia envolve o desejo da tirania; treme continuamente por causa do esforço que cada um dos indivíduos tem que fazer para dominar este desejo. Friedrich Nietzsche, in 'Genealogia da Moral' Os fortes só são fortes na presença de fracos, tornando-se fracos na presença de alguém mais forte do que eles. Este é o verdadeiro motivo pelo qual se evitam "unir", na medida em que tal originaria tensões devido à tentativa que todos inevitavelmente fariam para atingir a supermacia. Ora essa supremacia seria, também inevitavelmente, atingida pelo mais forte do grupo, conferindo aos restantes o grau de fracos... isto se um grupo deste género alguma vez durasse o tempo suficiente para que tal viesse a acontecer. Obviamente que, antes disso, já o grupo se fragmentou com as tensões. Pelo que os fortes, para permanecerem fortes, estão condenados a serem "predadores solitários". O que os transforma a eles próprios em presas vulneráveis face a grupos organizados de fracos que, colectivamente, são mais fortes. Motivo pelo qual continuamos a ser governados por uma cambada de medíocres organizados! E motivo pelo qual não existem, na realidade, fortes, caindo Nietzsche numa nova contradição (como a já observada no grande stress que é a utilização do livre arbítrio num cenário de eterno retorno, no qual o livre arbítrio deixa de fazer qualquer sentido).

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