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segunda-feira, 20 de julho de 2009

DE TEMPOS PASSADOS

Rui Chapéu
Quem viu não esquece. Entre 1984 e 1992, Rui Chapéu dava aulas de sinuca para o Brasil inteiro, na tela da Rede Bandeirantes, em jogos transmitidos aos domingos. Rui é daqueles jogadores que os pobres mortais da sinuquinha-com-cerveja olham com assombro, remoendo a eterna pergunta: "Mas como é que ele faz isso?". Foi no fim da década de 70 que Rui Matos de Amorim largou a profissão de caminhoneiro em Potiraguá (BA) e passou a viver de seu verdadeiro talento. "Demorei a fazer isso porque, 40 anos atrás, a sinuca era malvista. As pessoas achavam que era jogo de vagabundo", explica. Nascido em Potiraguá (BA) e radicado em São Paulo há 28 anos, Rui vive até hoje do jogo, cruzando o país em apresentações de sua arte. Aos 65 anos, mantém a rotina a que se acostumou na profissão: vai dormir lá pelas 7 da manhã e acorda às 4 da tarde. Dono de uma penca de títulos, o mestre nunca foi muito fã das competições. "Aqui no Brasil é diferente do exterior: os campeonatos não rendem prêmio em dinheiro, e eu precisava levar dinheiro para casa. Nós não íamos comer as taças." Quando se consagrou como o melhor jogador do Brasil, em 1978, Rui Chapéu começou a se dedicar aos desafios e às exibições, incluindo as transmitidas pela TV, que o tornaram famoso do Oiapoque ao Chuí. Seu maior feito foi vencer o inglês Steve Davis, então campeão mundial de sinuca, em 1986 e em 1987. O mestre guarda com orgulho uma lista dos mil melhores atletas do século, feita por um jornal americano, em que ele aparece em 172° lugar. "Os dois únicos jogadores de sinuca da lista somos eu e o Davis." Antigamente, Rui chegava a treinar até seis horas por dia. "Hoje, jogo uma, duas horas, mas não é todo dia, só quando tenho vontade."

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