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terça-feira, 5 de outubro de 2010

OLYNTHO? JEKYLL AND HYDE?

A VERSÃO POTIRAGUENSE DO CLÁSSICO "O DOUTOR E O MONSTRO" Por Ramon Ferraz

Lembra-se de quem se deixou ser blasfemado em defesa de um sujeito que não era seu filho, seu conjuge, seu pai, nem seu DEUS. Lembra-se de quem dedicou seus olhos atentos, refletindo o luar da madrugada, doou suas pernas cansadas de mais um dia de trabalho, em favor de uma campanha. Lembra-se de quem chegou a tremer de veemência em propagar a integridade de um candidato. Lembra-se de quem correu de tiros de revolver engatilhado pelo adversário político. Lembra-se de quem esvaziava o próprio bolso para sustentar materiais de campanha. Lembra-se de quem abriu os peitos para os prazeres e perigos do jogo chamado POLÍTICA.

“Pois é... Olyntho não lembrou e olha no que deu.”

Antes de falar da conseqüência da suspeita amnésia do então prefeito, quero relatar o contexto histórico do que hoje vemos de grupos políticos em Potiraguá.

Há quem se lembre da hegemonia política das famílias Cardozo e Brito na cidade, surpreendida com a chegada da grande promessa (ou melhor, do grande prometedor) João (Lisboa) Biquíni, exportado lá de Teixeira de Freitas. Desde então, a política potiraguense saiu daquela monotonia Salvador-Edvaldo-Salvador-Edvaldo. E algumas uniões estranhas e nunca imaginadas pela maioria dos eleitores foram se consolidando e se desfazendo, como quem diz: hoje eu vou vestir short, amanhã saio de calça. O médico Dr. Olyntho surge como a manifestação encarnada de um povo contra a reeleição do “moleque” que fez a mais frustrante gestão da história de Potiraguá. Principal personagem desta frustração, João Biquíni, quatro anos mais tarde, doaria seu nome e seus eleitores a favor da campanha de Salvador Brito, líder do grupo político que colocara Olyntho em campo no jogo da política, mas, na ocasião, concorrendo a “viúva” contra o médico. Acompanhe a equação:

Salvador + João Biquíni + Edvaldo Cardozo + Caprini = - Olyntho

Sai Olyntho da cadeira acolchoada, retorna Salvador. Quatro anos se passaram, e se passavam também e pouco a pouco a postura do médico político (que mais tarde se tornaria o político médico). Na última eleição para prefeito, a equação sofreu algumas mudanças:

Salvador Seu Luís = Vitória de Olyntho U Grupo Biquinete

Isto mesmo! Confesso ter me decepcionado ao ver o grupo político que acompanhava aquele homem (se isto lhe cai bem) de quem falei tão bem, preguei suas ideologias, sonhava com a volta dele na administração, imaginando uma Potiraguá evoluindo sem corrupção. A chegada de Olyntho à convenção do seu partido, seguido de Biscoito, Orlando e adjacentes de Biquíni, foi o fim do que ainda restava em mim de uma fé de que existiam políticos “super-heróis”, almejantes, tão somente, do trabalho pelo povo.

Hoje, o que se vê é um grupo com uma liderança utópica do político médico, mas composto pelos “amigos” do Seu João Biquíni. Todos sabem quem são Magno Santos, Dr. Orlando, Nilton Reis (Biscoito), não carecem dos meus comentários. Aos poucos, os militantes de três campanhas do Dr. Olyntho foram se afastando e os “biquinetes” tomando o comando através da pessoa do doutor (e o monstro). Que controversa, não é?! Ou seria melhor, que ironia!

“Pois é... Olyntho não se lembrou dos seus e olha no que deu”.

Quem imaginaria que a manifestação encarnada contra uma ignomínia social se tornaria a ignomínia contestada por uma nova manifestação. Acha confuso? Confuso mesmo foi o processo de metamorfose do doutor. Seria uma versão potiraguense de Jekyll and Hyde? Certo é que o atual prefeito se fez cobaia para experimentação de uma poção resultante da mistura

Preguiça+Carcará

que causou um efeito inesperado; na verdade, ele tomou uma dose para a escravidão própria, num contexto cheio de barões: Magno, Biscoito e Cia. (parece até nome de biscoitaria, não é?! (risos)).

Um novo grupo político vem ganhando espaço na cidade. De certa forma, um grupo derivado da indignação contra esta versão Transformers de Olyntho. Digo isto porque novos cidadãos se aderiram a esta frente política, pessoas que estiveram na luta junto com Olyntho quando este ainda tinha uma ideologia digna e um princípio a se defender. Esta coligação emergente (em Potiraguá) alcançou o mero terceiro lugar na eleição de 2008, mesmo tendo uma quantidade expressiva de votos. Para susto do prefeito e de seus paquitos, o candidato a deputado estadual, apoiado por esta chapa emergente, conquistou o maior número de votos na cidade na última eleição do dia 3 de outubro. De terceiro em 2008 a primeiro em 2010, em apenas seis meses de grupo renovado e consolidado. “Uma façanha!”, pensam os paquitos do doutor (e o monstro), “Uma resposta!”, pensa a população. Esta chapa que tanto falo é a conhecida na cidade como o “PT” ou, mais coloquialmente, o “Grupo de Seu Luiz”, mas concordo em chamá-lo de o “o Grupo do Seu Luiz, do Sr. Gentil, do Seu José, do Santana, da Dona Maria, do Seu Elias, do Sadraque, do Martins, da Galera JOVEM, da Renovação Política. Enfim, um grupo de “portas abertas”.

Medindo a popularidade das três principais chapas políticas na cidade, baseando na quantidade de votos dos candidatos a deputados mais votados de cada grupo, teríamos:

Ø Grupo do PT (Luiz Soares) em primeiro: 27,17% (Rosemberg Pinto foi o candidato a dep. Estadual e a pessoa mais bem votada em Potiraguá: 1.487 votos)

Ø Grupo do prefeito Olyntho, Magno, Biscoito e Cia. em segundo: 27,12% (Félix Jr. foi o candidato a dep. Federal mais votado em Potiraguá: 1.445 votos)

Ø Grupo de Salvador Brito em terceiro: 16,44% (Lúcio Vieira Lima foi o candidato mais votado da chapa de Salvador, foi o candidato a dep. Federal com o terceiro maior número de votos na cidade, com 876 votos, ficando atrás de José Carlos Araújo, apoiado pelo Grupo do PT, com 1.110 votos)

“Pois é... Olyntho não se lembrou dos seus e olha no que deu”.

Gostaria de estar frente a frente com o prefeito e lhe perguntar:

Quem você é na verdade? Dá pra saber? Qual a sua identidade (sem se esconder)?

Um comentário:

  1. Mais uma vez venho aqui fazer deste espaço, gentilmente cedido por nosso futuro jornalista Ramon Ferraz.
    Em primeiro lugar parabéns pelo texto, belas palavras, bela concordância(quem teve LEVI NASCIMENTO como professor de Português, sabe do que estou falando).A postagem em questão está muito boa, se vista com um olhar político, mas o tom é de um profundo rancor (Você não me ajudou quando entrou no poder, agora mudei de lado e fiz um Deputado!!!), grupos políticos sempre existirão, assim como quem luta e dá sangue por esse ou aquele candidato, cada um na sua...
    Sempre utilizei este espaço, porque o considerava imparcial, mas o blog perdeu sua identidade e hoje é mais um que fala mal de fulano ou beltrano, a exemplo de outros. Uma pena que esse tenha virado uma extensão do BLOG DA FRENTE PROGRESSISTA.
    Sadraque parabéns pelo trabalho na Campanha. O que seria do GRUPO DE SEU LUIZ, se você não estivesse presente...?

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