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segunda-feira, 12 de abril de 2010

O PT FICOU INDECISO E GEDEL FICOU COM CÉSAR

César Borges fecha acordo com Geddel para as eleições
Luana Rocha
Redação CORREIO
Foto: Antonio Saturnino

O que era tido como certo na política baiana precisou apenas de um fim de semana para se desmanchar. Após o governador Jaques Wagner (PT) confirmar na sexta-feira (9) que o senador César Borges (PR) estaria na sua chapa para eleição deste ano, o republicano escolheu o domingo chuvoso de ontem (11) para divulgar o inverso. Ele não só não vai ficar com o petista como passa a se aliar ao seu adversário político: o ex-ministro Geddel Vieira Lima do PMDB.
Cortejado pelos três pré-candidatos a governador, Borges adiou decisão e acabou se aliando a Geddel.
Em nota , o senador afirmou que “o PMDB deu provas mais sinceras de pretender uma verdadeira e integral parceria com o PR”. As provas a que o senador se refere são as coligações proporcionais para deputado federal e estadual. Coisa que o PT não queria e o PMDB, que só havia fechado oficialmente com dois partidos, aceitou rapidamente.
O PT queria que o PR ingressasse na aliança, mas não fizesse coligação na disputa das vagas com eles para a Assembleia Legislativa e a Câmara Federal. O presidente estadual do PT, Jonas Paulo, já admitia que a chapa de Wagner teria mais de uma coligação para abrigar o PT e o PR.
 Isso aconteceria, sobretudo, por conta da rejeição dos petistas ao nome de Borges. “O PMDB garantiu ao partido as coligações para os deputados estaduais e federais, o que vai permitir a construção de um projeto político comum e sólido, no qual todos possam crescer e trabalhar com a mesma força em favor da Bahia”, concluiu Borges.
 Só alegria
 O atual deputado federal e pré-candidato ao governo era só alegria diante da nova composição e até fez metáfora. “Nossa candidatura superou os arrecifes e entrou em mar aberto”, filosofou Geddel. A adesão de César traz também dois minutos de tempo de propaganda eleitoral, além de 40 prefeitos do PR para a campanha de Geddel.
 A decisão final foi definida na manhã de ontem (11). “Conversei com o senador sobre nossa visão de aliança que quer juntar com generosidade e sem embromação”. Com César, o PMDB vai rearrumar a composição da chapa. Estavam cotados os nomes do vice- prefeito Edvaldo Brito e do milionário João Cavalcanti para o Senado. “Vou conversar com os aliados para fazer isso. Tudo será na maior tranquilidade”, diz Geddel.
Ainda esta semana, o PMDB fará um evento oficial para divulgar a aliança. “Antes vamos a Brasília conversar com as lideranças nacionais do partido para assegurar também que vamos apoiar a candidatura do projeto do presidente Lula”, confirmou Geddel.
Normal
No bloco da oposição, em que César Borges fez sua história política, a notícia foi recebida com naturalidade. O deputado federal ACM Neto (DEM)admitiu que desde que o PR fechou compromisso de apoiar a candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff à Presidência, Borges já não estava mais nos planos deles. “Já esperava que ele não ficasse conosco. Nós nem estavámos conversando mais. Nosso palanque é de José Serra (candidato do PSDB à Presidência) e o partido dele tem outra candidata”, disse Neto.
Para ACM Neto o anúncio da adesão não traz nenhum prejuízo político para os Democratas. “Nossa articulação já não contava com o senador. O DEM não terá prejuízo porque a gente estava preocupado com nossa chapa. Não poderíamos ficar com alguém que não estivesse com Serra”.
O DEM anuncia nos próximos dias a formação da chapa. Os nomes cotados são do ex-prefeito de Guanambi Nilo Coelho para vice-governador e José Ronaldo, ex-prefeito de Feira de Santana, para o Senado. Paulo Souto será o candidato ao governo.
Wagner se diz triste e resignado com a decisão
A decisão do senador foi comunicada ontem (11) para a cúpula do PT. “Estou sabendo agora dessa notícia. Desde sexta tento falar com o senador”, disse o presidente estadual do PT, Jonas Paulo.
 Demora na decisão do PT motivou ida de César para chapa de Geddel
Wagner, que foi avisado no fim da tarde de ontem (11), disse, através de sua assessoria, que recebia a notícia com tristeza e resignação. “Nosso trabalho em torno do projeto vitorioso vai continuar. Eu prefiro acreditar que a decisão (do senador) se deu por afinidades de projeto”, avaliou.
Fontes ligadas ao PR afirmaram que o PT pretendia adiar para junho a decisão sobre as proporcionais, o que Borges temia. “Ele começou a achar que estava caindo numa armadilha porque não se tomava decisão”, explicou fonte próxima ao senador. No lugar de Borges, o nome do ex-secretário de Planejamento, Walter Pinheiro, aparece como provável candidato.
 (Notícia publicada na edição impressa do dia 12/04/2010 do CORREIO

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